sexta-feira, 26 de junho de 2009

Vida e Obra: Paulo Freire, Sócrates e...

Vida e Obra: Paulo Freire, Sócrates e Platão


Vida e Obra: Paulo Freire
Paulo Régis Neves Freire, nascido em 1921 na cidade do Recife. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensina a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Aos 13 anos perdeu o pai e seus estudos tiveram que ser adiados. Entrou no ginásio com 16 anos.


Na adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa. Aos 22 anos de idade, iniciou na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade de direito, casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, e começou a lecionar no Colégio Oswaldo Cruz em Recife.
O estudo da linguagem do povo foi um dos pontos de partida da elaboração pedagógica de Paulo Freire.
Em 1958 participou de um congresso educacional na cidade do Rio de Janeiro. Neste congresso, apresentou um trabalho importante sobre educação e princípios de alfabetização. De acordo com suas idéias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política.
As primeiras experiências do Método Paulo Freire começaram na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1962, onde 300 trabalhadores foram alfabetizados em 45 dias.
No começo de 1964, coordenou o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares.
Paulo Freire foi preso, acusado de comunista. Foram 16 anos de exílio, dolorosos, mas também muito produtivos. Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia.
Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em São Paulo, exerceu o cargo de secretário municipal da Educação, logo após começou a assessorar projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 1997, aos 76 anos de idade, em plena atividade de educador e de pensador.

Pedagogia da Libertação
Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários.
No entanto, a obra de Paulo Freire ultrapassa esse espaço e atinge toda a educação, sempre com o conceito básico de que não existe uma educação neutra: segundo a sua visão, toda a educação é, em si, política.
Algumas de suas frases:
•Nos anos 60 fui considerado um inimigo de Deus e da Patria, um bandido terrível. Hoje diriam que eu sou apenas um saudosista das esquerdas.
•Descobri que o analfabetismo era uma castração dos homens e das mulheres, uma proibição que a sociedade organizada impunha às classes populares.
•O que o capitalismo tem de bom é apenas a moldura democrática. Um dos maiores erros históricos das esquerdas que se fanatizaram foi antagonizar socialismo e democracia.
•O Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização implantado durante o regime militar) nasceu para negar meu método, para silenciar meu discurso.
Obras:
•1959: Educação e atualidade brasileira. Recife: Universidade Federal do Recife, 139p. (tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação de Belas Artes de Pernambuco).
•1970: Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994, 184 p.).
•1980: Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de São Tomé e Príncipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé.
•1986: Fazer escola conhecendo a vida. Papirus.
•1993: Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d’água. (6
•1995: À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d’água, 120 p.
•2000: Pedagogia da indignação - cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 134 p.
Carta de Paulo Freire aos professores
O aprendizado do ensinante ao ensinar não se dá necessariamente através da retificação que o aprendiz lhe faça de erros cometidos. O aprendizado do ensinante ao ensinar se verifica à medida em que o ensinante, humilde, aberto, se ache permanentemente disponível a repensar o pensado, rever-se em suas posições; em que procura envolver-se com a curiosidade dos alunos e dos diferentes caminhos e veredas, que ela os faz percorrer. Alguns desses caminhos e algumas dessas veredas, que a curiosidade às vezes quase virgem dos alunos percorre, estão grávidas de sugestões, de perguntas que não foram percebidas antes pelo ensinante. Mas agora, ao ensinar, não como um burocrata da mente, mas reconstruindo os caminhos de sua curiosidade - razão por que seu corpo consciente, sensível, emocionado, se abre às adivinhações dos alunos, à sua ingenuidade e à sua criatividade - o ensinante que assim atua tem, no seu ensinar, um momento rico de seu aprender. O ensinante aprende primeiro a ensinar mas aprende a ensinar ao ensinar algo que é reaprendido por estar sendo ensinado.

A Filosofia Grega
Uma das maiores contribuições dos gregos para a humanidade foi no campo da filosofia, pois, procuraram, a partir da razão, explicar o mundo que o cercava. Sócrates, Platão e Aristóteles são considerados os grandes filósofos gregos por suas contribuições nos diferentes campos do saber.

Vida e Obra: Sócrates
Sócrates, nascido em Atenas por volta de 470 a.C., é considerado um dos filósofos gregos que deu importante contribuição para a Educação Ocidental. Desenvolveu um método prático baseado no diálogo e no questionamento e que tem a razão como seu fundamento principal. Seu método consta de duas fases: a ironia e a maiêutica.
A primeira fase, o objetivo fundamental, é a análise de definições concretas, a qual reconhece nossa ignorância diante das definições que estamos buscando. Só quando reconhecemos nossa ignorância é que estamos aptos a buscar a verdade. A segunda fase consiste propriamente na busca da verdade, na definição universal. Neste sentido Sócrates propôs a maiêutica, que em grego significa “parto das idéias”. A maiêutica tinha por finalidade levar as pessoas a desenvolverem suas idéias e a darem à luz a novas idéias.
O que Sócrates pretende usando a máxima “Conheça-te a ti mesmo”, é o reto conhecimento das virtudes humanas, a fim de se poder levar uma vida igualmente reta. A filosofia favorece, portanto, a vida moral, porque conhecer o bem e praticá-lo são para Sócrates a mesma coisa, assim como a maldade provém da ignorância, já que ninguém é mau voluntariamente. Chamamos de intelectualismo ético a doutrina socrática que identifica o sábio e o virtuoso.
Ele sempre dizia que sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância (Só sei que nada sei.). Acreditava que os atos errados eram conseqüências da própria ignorância. Nunca proclamou ser sábio.
Diz-se que Sócrates acreditava que as idéias pertenciam a um mundo que somente os sábios conseguiam entender, fazendo com que o filósofo se tornasse o perfeito governante para um Estado.
Baseando-se na razão, seu método de ensino levava ao desenvolvimento da inteligência, a aprender a pensar, a aprender a querer e a praticar o bem. Estas suas idéias foram consideradas subversivas e contrárias aos valores vigentes da época. Por isso, foi condenado à morte, em 399 a.C., por corromper a juventude e não acreditar em Deus.
A Grécia é considerada o berço da civilização ocidental, da qual nós fazemos parte e cuja cultura assimilamos desde o nascimento. Daí a importância do seu estudo, mesmo que apenas em seus aspectos essenciais.

Vida e Obra: Platão
Importante filósofo grego nascido em Atenas, provavelmente em 427 a.C. e morreu em 347 a.C., é considerado um dos principais pensadores gregos, o qual influenciou profundamente a Filosofia Ocidental. Suas idéias eram baseadas na diferenciação do mundo entre as coisas sensíveis (mundo das idéias e a inteligência) e também as coisas visíveis (seres vivos e a matéria).
Filho de aristocrata, iniciou seus trabalhos através de um contato com outro pensador grego Sócrates, tornando-se seguidor e seu discípulo. Platão concorda com Sócrates sobre a necessidade de se procurar uma nova base moral para vida, a qual deveria se encontrar em idéias e na verdade universal.
Com relação ao método, Platão aceita e desenvolve a dialética de Sócrates, definida pelo primeiro como sendo um “contínuo discurso consigo mesmo”. Na educação deve-se levar em conta tanto o corpo como o espírito. Os exercícios corporais a cultura estética e moral, e a formação científica e filosófica devem constituir o conteúdo da educação.
Suas idéias para a educação eram a valorização dos métodos de debate e conversação, para alcançar o conhecimento. Dizia que os alunos deveriam descobrir as coisas superando os problemas impostos pela vida. A educação deveria funcionar para desenvolver um homem moral, dedicando seus esforços para o desenvolvimento intelectual e físico. Destacava também que a educação para as mulheres deveria ser a mesma aplicada para os homens.
Platão não buscava as verdadeiras essências da forma física, sob a influência de Sócrates buscava a verdade essencial das coisas. Não poderia buscar a essência do conhecimento nas coisas, pois estas são corruptíveis, ou seja, variam, mudam, surgem e se vão. Como o filósofo deveria buscar a verdade plena, deveria buscá-la em algo estável, as verdadeiras causas, pois logicamente a verdade não pode variar, se há uma verdade essencial para os homens esta verdade deve valer para todas as pessoas. Logo, a verdade deve ser buscada em algo superior. Nas coisas devem ter um outro fundamento, que seja além do físico, a forma de buscar estas realidades vem do conhecimento, não das coisas, mas do além das coisas. Porém o próprio homem não é meramente sujeito particular, mas como um participante das verdades essenciais do ser.
O conhecimento tinha fins morais, isto é, levar o homem à bondade e à felicidade. Assim a forma de conhecimento era um reconhecimento, que faria o homem dar-se conta das verdades que sempre já possuía e que o levavam a discernir melhor dentre as aparências de verdades e as verdades. A obtenção do autoconhecimento era um caminho árduo e metódico.
Platão não defendia que todas as pessoas tivessem iguais acessos à razão. Apesar de todos terem a alma perfeita, nem todos chegavam à contemplação absoluta do mundo das idéias.


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