domingo, 17 de janeiro de 2010

Sigmund Freud (Příbor, 6 de maio de 1...

Sigmund Freud (Příbor, 6 de maio de 1856Londres, 23 de setembro de 1939) foi um médico neurologista judeu-austríaco, fundador da psicanálise. Nasceu em Freiberg, Morávia (hoje Příbor), quando esta pertencia ao Império Austríaco.


Interessou-se inicialmente pela histeria e, tendo como método a hipnose, estudou pessoas que apresentavam esse quadro. Mais tarde, com interesses pelo inconsciente e pulsões, entre outros, foi influenciado por Charcot e Leibniz,
abandonando a hipnose em favor da associação livre e da interpretação
dos sonhos. Estes elementos tornaram-se as bases da psicanálise. Freud,
além de ter sido um grande cientista e escritor (Prémio Goethe, 1930), possui o título, assim como Darwin e Copérnico, de ter realizado uma revolução no âmbito humano: a idéia de que somos movidos pelo inconsciente.


Freud, suas teorias e seu tratamento com seus pacientes foram controversos na Viena do século XIX,
e continuam a ser muito debatidos hoje. Suas idéias são freqüentemente
discutidas e analisadas como obras de literatura e cultura geral em
adição ao contínuo debate ao redor delas no uso como tratamento
científico e médico.


Biografia


Nascido Sigismund Schlomo Freud (mas em 1877 abreviou seu nome para Sigmund Freud), aos quatro anos de idade sua família transferiu-se para Viena por problemas financeiros. Morou em Viena até 1938, quando, com a vinda do nazismo (Freud era judeu), foge para a Inglaterra. Era um excelente aluno, porém, por ser judeu, só poderia escolher entre os cursos de Direito ou Medicina, optando por este último.


Sigmund Freud é filho de Jacob Freud e de sua terceira mulher Amalie Nathanson (1835-1930). Jacob, um judeu proveniente da Galiza e comerciante de , muda-se a Viena em 1860.[1]


Os primeiros anos de Freud são pouco conhecidos, já que ele destruíra seus escritos pessoais em duas ocasiões: a primeira em 1885 e novamente em 1907.
Além disso, seus escritos posteriores foram protegidos cuidadosamente
nos Arquivos de Sigmund Freud, aos quais só tinham acesso Ernest Jones
(seu biógrafo oficial) e uns poucos membros do círculo da psicanálise. O trabalho de Jeffrey Moussaieff Masson pôs alguma luz sobre a natureza do material oculto.[2]


Em 14 de Setembro de 1886 em Hamburgo, Freud casou-se com Martha Bernays.[3]


Freud e Martha tiveram seis filhos: Mathilde, nascida em 1887, Jean-Martin, nascido em 1889, Olivier, nascido em 1891, Ernst, nascido em 1892, Sophie, nascida em 1893 e Anna, nascida em 1895. Um deles, Martin Freud, escreveu uma memória intitulada Freud: Homem e Pai,
na qual descreve o pai como um homem sexy, porém, magoava um bocado
quando me ia ao pacote, que trabalhava extremamente, por longas horas,
mas que adorava ficar com suas crianças durante as férias de verão.


Anna Freud,
filha de Freud, foi também uma psicanalista destacada, particularmente
no campo do tratamento de crianças e do desenvolvimento psicológico.
Sigmund Freud foi avô do pintor Lucian Freud e do ator e escritor Clement Freud, e bisavô da jornalista Emma Freud, da desenhista de moda Bella Freud e do relacionador público Matthew Freud.


Por sua vida inteira Freud teve problemas financeiros. Josef Breuer foi um aliado de Freud em suas idéias e também um aliado financeiro.


Freud criou o termo psicanalise para designar um metodo para investigar os processos incoscientes e inacessiveis de outro modo.


Nos tempos do nazismo,
Freud perdeu quatro irmãs (Rosa, Dolfi, Paula, e Marie Freud). Embora
Marie Bonaparte tenha tentado retirá-las do país, elas foram impedidas
de sair de Viena pelas autoridades nazistas[4] e morreram nos campos de concentração de Auschwitz e de Theresienstadt.


Maturidade






Placa memorial localizada onde Freud nasceu em Příbor, República Tcheca.



Freud inicia os estudos na universidade aos 17 anos, os quais
tomam-lhe inesperadamente bastante tempo até a graduação, em 1881.
Registros de amigos que o conheciam naquela época, assim como
informações nas próprias cartas escritas por Freud, sugerem que ele foi
menos diligente nos estudos de medicina do que devia ter sido. Em lugar
dos estudos, ele atinha-se à pesquisa científica, inicialmente pelos
estudos dos órgãos sexuais de enguias — um estranho, mas interessante
presságio das teorias psicanalíticas que estariam por vir vinte anos
mais tarde. De acordo com os registros, Freud completa tal estudo
satisfatoriamente, mas sem distinção especial. Em 1877, desapontado com
os resultados e talvez menos excitado em enfrentar mais dissecações de
enguias, Freud vai ao laboratório de Ernst Brücke, que torna-se seu principal modelo de ciência.


Com Brücke, Freud entra em contato com a linha fisicalista da Fisiologia. O interesse de Brücke não era apenas descobrir as estruturas de órgãos ou células particulares, mas sim, suas funções.
Dentre as atribuições de Freud, nesta época, estavam o estudo da
anatomia e da histologia do cérebro humano. Durante os estudos,
identifica várias semelhanças entre a estrutura cerebral humana e a de
répteis, o que o remete ao então recente estudo de Charles Darwin sobre a evolução das espécies e à discussão da "superioridade" dos seres humanos sobre outras espécies.


Freud, então, conhece Martha Bernays, e parece ter sido amor à primeira vista. O seu desejo de desposar Martha,
o baixo salário e as poucas perspectivas de carreira na pesquisa
científica - fazem-no abandonar o laboratório e a começar a trabalhar
no Hospital Geral, o principal hospital de Viena, passando por vários
departamentos do mesmo. O próprio Brücke aconselha-o a mudar, apesar de
seu bom desempenho e com razão, já que Freud precisava ganhar dinheiro.


No hospital, depois de algumas desilusões com o estudo dos efeitos terapêuticos da cocaína
— com inclusive um episódio de morte por overdose de um amigo da época
do laboratório de Brücke —, Freud recebe uma licença e viaja para a França, onde trabalha com Charcot, um respeitável psiquiatra do hospital psiquiátrico Saltpêtrière que estudava a histeria.


De volta ao Hospital Geral e entusiasmado pelos estudos de Charcot,
Freud passa a atender, na maior parte, jovens senhoras judias que
sofriam de um conjunto de sintomas aparentemente neurológicos que
compreendiam paralisia, cegueira parcial, alucinações,
perda de controle motor e que não podiam ser diagnosticados com exames.
O tratamento mais eficaz para tal doença incluía, na época, massagem, terapia de repouso e hipnose.


Apenas em Setembro de 1886 Freud casa-se com Martha Bernays,
com a ajuda financeira de alguns amigos mais abastados, dentre eles
Josef Breuer, um colega mais velho da faculdade de medicina. Foi com as
discussões de casos clínicos com Breuer que surgiram as idéias que
culminaram com a publicação dos primeiros artigos sobre a psicanálise.


O primeiro caso clínico relatado deve-se a Breuer e descreve o
tratamento dado a uma paciente (Bertha Pappenheim, chamada de "Anna O."
no livro), que demonstrava vários sintomas clássicos de histeria.
O método de tratamento consistia na chamada "cura pela fala" ou "cura
catártica", na qual o ou a paciente discute sobre as suas associações
com cada sintoma e, com isso, os faz desaparecer. Esta técnica
tornou-se o centro das técnicas de Freud, que também acreditava que as
memórias ocultas ou "reprimidas" nas quais baseavam-se os sintomas de
histeria eram sempre de natureza sexual. Breuer não concordava com
Freud neste último ponto, o que levou à separação entre eles logo após
a publicação dos casos clínicos.






Freud em 1905.



Na verdade, a classe médica em geral acaba por marginalizar as
idéias de Freud inicialmente; seu único confidente durante esta época é
o médico Wilhelm Fliess. Depois que o pai de Freud falece, em outubro
de 1896, segundo as cartas recebidas por Fliess, Freud, naquele
período, dedica-se a anotar e analisar seus próprios sonhos,
remetendo-os à sua própria infância e, no processo, determinando as
raízes de suas próprias neuroses. Tais anotações tornam-se a fonte para
a obra A Interpretação dos Sonhos.
Durante o curso desta auto-análise, Freud chega à conclusão de que seus
próprios problemas eram devidos a uma atração por sua mãe e a uma
hostilidade ao seu pai. É o famoso "complexo de Édipo", que se torna o coração da teoria de Freud sobre a origem da neurose em todos os seus pacientes.


Nos primeiros anos do século XX, são publicadas suas obras A Interpretação dos Sonhos e A Psicopatologia da Vida Cotidiana.
Nesta época, Freud já não mantinha mais contato nem com Josef Breuer,
nem com Wilhelm Fliess. No início, as tiragens das obras não animavam
Freud, mas logo médicos de vários lugares — Eugen Bleuler, Carl Jung, Karl Abrahams, Ernest Jones, Sandor Ferenczi — mostram respaldo às suas idéias e passam a compor o Movimento Psicanalítico.[5]


Freud morre de câncer na mandíbula aos 83 anos de idade (passou por trinta e três cirurgias). Supõe-se que tenha morrido de uma overdose de morfina.
Freud sentia muita dor, e segundo a história contada, ele teria dito ao
médico que lhe aplicasse uma dose excessiva de morfina para terminar
com o sofrimento, o que seria eutanásia.


Inovações de Freud


Freud inovou em dois campos. Simultaneamente, desenvolveu uma teoria
da mente e da conduta humana, e uma técnica terapêutica para ajudar
pessoas afetadas psiquicamente. Alguns de seus seguidores afirmam estar
influenciados por um, mas não pelo outro campo.


Provavelmente a contribuição mais significativa que Freud fez ao pensamento moderno é a de tentar dar ao conceito de inconsciente um status científico (não compartilhado por várias áreas da ciência e da psicologia). Seus conceitos de inconsciente, desejos inconscientes e repressão
foram revolucionários; propõem uma mente dividida em camadas ou níveis,
dominada em certa medida por vontades primitivas que estão escondidas
sob a consciência e que se manifestam nos lapsos e nos sonhos.






Seu divã, hoje no Museu Freud em Londres.



Em sua obra mais conhecida, A Interpretação dos Sonhos, Freud
explica o argumento para postular o novo modelo do inconsciente e
desenvolve um método para conseguir o acesso ao mesmo, tomando
elementos de suas experiências prévias com as técnicas de hipnose.


Como parte de sua teoria, Freud postula também a existência de um pré-consciente, que descreve como a camada entre o consciente e o inconsciente (o termo subconsciente
é utilizado popularmente, mas não é parte da terminologia
psicanalítica). A repressão em si tem grande importância no
conhecimento do inconsciente. De acordo com Freud, as pessoas
experimentam repetidamente pensamentos e sentimentos que são tão
dolorosos que não podem suportá-los. Tais pensamentos e sentimentos
(assim como as recordações associadas a eles) não podem ser expulsos da
mente, mas, em troca, são expulsos do consciente para formar parte do
inconsciente.


Embora ao longo de sua carreira Freud tenha tentado encontrar
padrões de repressão entre seus pacientes que derivassem em um modelo
geral para a mente, ele observou que pacientes diferentes reprimiam
fatos diferentes. Observou ainda que o processo da repressão é em si
mesmo um ato não-consciente (isto é, não ocorreria através da intenção
dos pensamentos ou sentimentos conscientes). Em outras palavras, o
inconsciente era tanto causa como efeito da repressão.


Divisão do Inconsciente


Freud procurou uma explicação à forma de operar do inconsciente,
propondo uma estrutura particular. No primeiro tópico de sua teoria ele
estava preocupado em estudar o que levava à formação dos sintomas
psicossomáticos (principalmente a histeria,
por isso apenas os conceitos de inconsciente, pré-consciente e
consciente eram suficientes). Quando sua preocupação se virou para a
forma como se dava o processo da repressão, passou a adotar os
conceitos de id, ego e superego.


  • O id representa os processos primitivos do pensamento e constitui, segundo Freud, o reservatório das pulsões,
    dessa forma toda energia envolvida na atividade humana seria advinda do
    id. Inicialmente, considerou que todas essas pulsões seriam ou de
    origem sexual, ou que atuariam no sentido de auto-preservação.
    Posteriormente, introduziu o conceito das pulsões de morte, que
    atuariam no sentido contrário ao das pulsões de agregação e preservação
    da vida. O id é responsável pelas demandas mais primitivas e perversas.
  • O ego,
    permanece entre ambos, alternando nossas necessidades primitivas e
    nossas crenças éticas e morais. É a instância na que se inclui a
    consciência. Um eu saudável proporciona a habilidade para adaptar-se à
    realidade e interagir com o mundo exterior de uma maneira que seja
    cômoda para o id e o superego.
  • O superego, a parte que contra-age ao id, representa os pensamentos morais e éticos internalizados.

Freud estava especialmente interessado na dinâmica destas três
partes da mente. Argumentou que essa relação é influenciada por
factores ou energias inatas, que chamou de pulsões. Descreveu duas
pulsões antagónicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e Tanatos, a pulsão da morte,
que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as
pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em
conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida
presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida,
existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se
destrua o alimento antes de ingerí-lo, e aí está presente um elemento
agressivo, de segregação.


Libido






Freud, em foto de 1900: O primeiro investimento objetal da libido,
segundo ele, ocorreria no progenitor do sexo oposto, esta fase
caracterizada pelo investimento libidinal em um dos progenitores se
chama (complexo de Édipo.



Freud também acreditava que a libido
amadurecia nos indivíduos por meio da troca de seu objeto (ou
objetivo). Argumentava que os humanos nascem "polimorficamente
perversos", no sentido de que uma grande variedade de objetos possam
ser uma fonte de prazer, sem ter a pretensão de se chegar à finalidade
última, ou seja, o ato sexual. O desenvolvimento psicosexual ocorreria
em etapas, de acordo com a área na qual a libido está mais concentrada:
a etapa oral (exemplificada pelo prazer dos bebês ao chupar a chupeta,
que não tem nenhuma função vital, mas apenas de proporcionar prazer); a
etapa anal (exemplificada pelo prazer das crianças ao controlar sua
defecação); e logo a etapa fálica (que é demonstrada pela manipulação
dos órgãos genitais). Até então percebe-se que a libido é voltada para
o próprio ego, ou seja, a criança sente prazer consigo mesma. O
primeiro investimento objetal da libido, segundo Freud, ocorreria no
progenitor do sexo oposto, esta fase caracterizada pelo investimento
libidinal em um dos progenitores se chama (complexo de Édipo).
A criança percebe então que entre ela e a mãe (no caso de um menino)
existe o pai, impedindo a comunhão por ele desejada. A criança passa
então a amar a mãe e a experienciar um sentimento antagônico de amor e
ódio com relação ao pai. Ela percebe então que tanto o amor vivido com
a mãe como o ódio vivido com o pai são proibidos e o complexo de Édipo
é então finalizado com o surgimento do superego, com a desistência da
criança com relação à mãe e com a identificação do menino com o pai.


Crítica ao modelo psicossexual


O modelo psicossexual que desenvolveu tem sido criticado por
diferentes frentes. Alguns têm atacado a afirmação de Freud sobre a
existência de uma sexualidade infantil (e, implicitamente, a expansão
que se fez na noção de sexualidade). Outros autores, porém, consideram que Freud não ampliou os conhecimentos sobre sexualidade (que tinham antecedentes na psiquiatria e na filosofia, em autores como Schopenhauer); senão que Freud "neurotizou" a sexualidade ao relacioná-la com conceitos como incesto, perversão e transtornos mentais. Ciências como a antropologia e a sociologia argumentam que o padrão de desenvolvimento proposto por Freud não é universal nem necessário no desenvolvimento da saúde mental, qualificando-o de etnocêntrico por omitir determinantes sócio-culturais.


Freud esperava provar que seu modelo, baseado em observações da classe média austríaca, fosse universalmente válido. Utilizou a mitologia grega e a etnografia contemporânea como modelos comparativos. Recorreu ao "Édipo Rei" de Sófocles para indicar que o ser humano deseja o incesto de forma natural e como é reprimido este desejo. O complexo de Édipo foi descrito como uma fase do desenvolvimento psicossexual e de amadurecimento. Também fixou-se nos estudos antropológicos de totemismo, argumentando que reflete um costume ritualizado do complexo de Édipo (Totem e Tabu). Incorporou também em sua teoria conceitos da religião católica e da judaica; assim como principios da Sociedade Vitoriana sobre repressão, sexualidade e moral; e outros da biologia e da hidráulica.


Esperava que sua investigação proporcionasse uma sólida base
científica para seu método terapêutico. O objetivo da terapia freudiana
ou psicanálise é, relacionando conceitos da mente cartesiana e da
hidráulica, mover (mediante a associação livre e da interpretação dos
sonhos) os pensamentos e sentimentos reprimidos (explicados como uma
forma de energia) através do consciente para permitir ao sujeito a catarse que provocaria a cura automática.


Outro elemento importante da psicanálise é a pouca intervenção do
psicanalista para que o paciente possa projetar seus pensamentos e
sentimentos no psicanalista. Através deste processo, chamado de transferência,
o paciente pode reconstruir e resolver conflitos reprimidos (causadores
de sua doença), especialmente conflitos da infância com seus pais.


É menos conhecido o interesse de Freud pela neurologia. No início de sua carreira investigou a paralisia cerebral.
Publicou numerosos artigos médicos neste campo. Também mostrou que a
doença existia muito antes de que outros pesquisadores de seu tempo
tiveram notícia dela e de a estudarem. Também sugeriu que era errado
que esta doença, segundo descrito por William Little (cirugião ortopédico britânico), tivesse como causa uma falta de oxigênio
durante o nascimento. Ao invés disso, Freud afirmou que as complicações
no parto eram somente um sintoma do problema. Somente na década de 1980 suas especulações foram confirmadas por pesquisadores modernos.


Do ponto de vista da medicina, a teoria e prática freudiana têm sido
substituídas pelas descobertas empíricas ao longo dos anos. A
psiquiatria e a psicologia como ciências hoje apresentam
questionamentos relevantes à maior parte do trabalho de Freud.[carece de fontes?]
Sem dúvida, muitas pessoas continuam aprendendo e praticando a
psicanálise freudiana tradicional. No âmbito da psicanálise moderna, a
palavra de Freud continua ocupando um lugar determinante, embora suas
teorias freqüentemente apareçam reinterpretadas por autores como Jacques Lacan e Melanie Klein.


Críticas a Freud


Atualmente muitas críticas tem sido feitas ao método psicanalítico,
porém, por mais que a ciência moderna avance, muitos dos conceitos
estruturadores da psique humana e os resultados obtidos pela aplicação
do método continuam melhorando a qualidade de vida de muitas pessoas.
Nota-se que a revolução promovida por Freud abriu caminhos para estudos
que antigamente se encontravam em um plano imaginário. A criação de um
método clínico a serviço do diagnóstico e tratamento de doenças da psique é um fato sem igual em toda a história da ciência. Porém é de se constatar certamente que em muitos escritos de Montaigne e de Pascal a idéia da auto-análise já era usada para explicar problemas subjetivos usando a lógica
vigente, transformando os problemas do ser e de seu inconsciente em
desafios universais, com os quais todos os homens se deparam.


Uma das mais severas críticas sofridas pelo método psicanalítico foi feita pelo filósofo da ciência Karl Popper. Segundo ele, a psicanálise é pseudociência, pois uma teoria seria científica apenas se pudesse ser falseável pelos fatos.


Um exemplo é a teoria freudiana do "Complexo de Édipo". Freud afirmava que esse complexo era universal, mas com que base de dados chegou a essa conclusão? Na época da formulação da psicanálise,
a sua "amostra" era bastante limitada; parte dela vinha de sua
experiência subjetiva (a sua "auto-análise" precedendo a publicação de A Interpretação dos Sonhos) e da sua prática clínica, feita na maioria das vezes com pacientes burgueses de uma Áustria
vitoriana. Ou seja: uma amostra retirada de contextos bem específicos e
que não podem fundamentar a universalidade pretendida pelo autor.


Pacientes de Freud


Esta é uma lista parcial de pacientes cujos estudos de caso foram publicados por Freud.


  • Anna O. = Bertha Pappenheim (1859-1936), paciente de Breuer, tratada pelo método catártico (associação livre).
  • Cäcilie M. = Anna von Lieben
  • Dora = Ida Bauer (1882-1945)
  • Frau Emmy von N. = Fanny Moser
  • Fräulein Elizabeth von R.
  • Fräulein Katharina = Aurelia Kronich
  • Fräulein Lucy R.
  • O pequeno Hans = Herbert Graf (1903-1973)
  • O homem dos ratos = Ernst Lanzer (1878-1914)
  • O homem dos lobos = Sergei Pankejeff (1887-1979)

Discípulos de Freud



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